quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Fur Osguinha: um soneto de Gaspara Stampa

(continuação)

VI

Un intelletto angelico e divino,
una real natura ed un valore,
un disio vago di fama e d'onore,
un parlar saggio, grave e pellegrino,
un sangue illustre, agli alti re vicino,
una fortuna a poche altre minore,
un'età nel suo proprio e vero fiore,
un atto onesto, mansueto e chino,
un viso più che 'l sol lucente e chiaro,
ove bellezza e grazia Amor riserra
in non mai più vedute o udite tempre,
fûr le catene, che già mi legâro,
e mi fan dolce ed onorata guerra.
O pur piaccia ad Amor che stringan sempre!


VI

Um intelecto angélico e divino,
uma real natura e um valor,
um desejo vago de fama e de honra,
um falar sábio, grave e pelegrino,
um sangue ilustre, aos altos reis vizinho,
uma fortuna a poucos outros menor,
um'idade verdadeiramente em flor,
um agir honesto, brando e humilde,
uma face mais que o sol luzente e clara,
onde beleza e graça o Amor encerra
em nunca mais vistas ou ouvidas têmperas,
foram as correntes, que já me agrilhoaram,
e me fazem doce e honrada guerra.
Que apraza a Amor que estreitem sempre!


(continua)

Sem comentários:

Enviar um comentário