domingo, 31 de julho de 2011

A poesia de Gaspara Stampa II

(continuação)


CXLIV

Ricorro a voi, luci beate e dive,
a voi che sète le mie fide scorte,
da poi che'l cielo, Amor, fortuna e sorte
sono ai soccorsi miei sì tardi e schive.
Se per me in voi si spera e 'n voi si vive,
come avien che per voi pur si comporte
a star lunge da me quest'ore corte,
che 'l mio ben la pietà vostra prescrive?
Deh non state oggimai da me più lunge!
Fate che questo breve spazio sia
concesso a me dávervi sempre presso;
ché l'ardente disio tanto mi punge,
che certo finirá la vita mia,
se non m'è 'l vagheggiarvi ognor concesso.

CXLIV

Recorro a vós, luzes beatas e divas,
a vós que soides as minhas fidas reservas
,
desde que céu, Amor, fortuna e sorte
são em meu socorro tão tardas e esquivas.
Se para mim em vós se espera e em vós se vive,
como pode suceder que vós suporteis
estar longe de mim durante estas horas curtas,
que o meu bem a piedade vossa prescreve?
Deus, não estaide nunca mais de mim longe!
Fazei com que este breve espaço seja
concedido a mim de ter-vos sempre junto;
que o ardende desejo a tanto me obriga,
que certo finirá a vida minha,
se não me for o contemplar-vos sempre concedido.


(continua)

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