sábado, 30 de julho de 2011

A poesia de Liutprando de Cremona - II


Nubibus omnipotens Heloim cum condere Phoebi
lumina chrisocomi venerandus coeperit atris
vertice cumque polus summo clangore remugit
fulgura crebra volant throno demissa Tonantis
ignea: mox trepidant qui nigrum in candida vertunt
conscia tum metuunt scelerum sulcare suorum
pectora Vulcano pariter ruitura superno
haud secus e vacuis volitant concussa pharetris
spicula scinduntur validae quis terga loricae.
Concutit ipsa ruens segetes cum grando superba
fit sonitus clangorque simul per tecta sonorus
sic galeae strictis reboant tunc ensibus ictae
corpora sicque cadunt mutuis confossa sagittis.

Quando o omnipotente e venerando Elói a ocultar começa
entre negras núvens os raios do dourado Febo
e o céu do alto ruge de intenso fragor
lançados do trono do Tonante voam bastos raios
de fogo: logo tremem os que o negro em alvo mutam;
temem então que firam as almas cônscias
dos próprios erros, pares a Vulcano que do alto fere:
ou não voltejam de já vazias aljavas lançados
dardos, capazes do dorso da válida couraça quebrar.
Quando do alto o granizo as colheitas fustiga,
sonoro e igual fragor nos tectos soa:
assim de desembainhadas espadas os elmos batidos então ressoam
assím os corpos tombam das mútuas flechas perfurados.

Trata-se de uma descrição da batalha de Augusta, que decorreu em Junho de 910 no vale do Lech, e que opôs Ludovico IV, A Criança, às tropas magiares e que se concluiu com a derrota do primeiro.

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